quarta-feira, 25 de abril de 2007

Como o professor deve orientar o aluno com deficiência visual para que o mesmo posso conhecer o mundo e se relacionar com os colegas através das outras percepções sensoriais?



A proposta pedagógica das salas de recursos deve sempre enfatizar aspectos do desenvolvimento afetivo,cognitivo, social e físico.Privilegiando o atendimento das necessidades do aluno e envolvendo a família, sempre que possível. Os recursos pedagógicos variados, métodos e técnicas devem ser a preocupação de todos os que rodeiam as crianças,os adolescentes e adultos com deficiência visual, seja ela cegueira total como com visão subnormal.


A criança deficiente conhece pelo som as qualidades acústicas de sua casa, reconhecendo cada ambiente.Desde pequena ela deve ser estimulada a tomar consciência de qualquer som que possibilite sua orientação.

A professora deve orientar a criança sobre os diferentes sons e ajudar a criança descobrir que podem ser indicadores de orientação. O próprio som que a bengala faz no chão quando o aluno usa para se locomover.


Como acompanho os alunos da sala de recursos da escola onde trabalho, percebo muito bem esses acontecimentos.Tem um aluno que está na 3ª série atualmente, quando ele chegou na escola para estudar, freqüentar a sala de aula normal e a sala de recursos, ele sempre balançava a cabeça. Conversando com ele, nos informou que para captar um som especifico entre tantos sons que existiam na escola.Tanto que no início ele não gostava de brincar no recreio junto com os demais e ele tinha um outro hábito para identificar os objetos. Ele usa a língua.Como expliquei acima a com a língua descobrimos o paladar, mas ele também usava a língua para o tato. Muitas e muitas vezes ele chegava no Lab de informática e comentava do cheiro que tinha na sala.Dizia ele: Esta sala tem cheiro diferente da sala da minha casa e diferente também da sala da professora Gisélia.


Ele inicialmente usava a língua, para saber como era a parede da sala. Ele era filho único e morava no interior do município.Agora depois de três anos ele já não balança tanto a cabeça como também já participou de um festival de música na escola.No laboratório de informática da escola ele participou de vários projetos com sua turma.Por muito tempo ele ficou intrigado com um fato.Eu sou profª do lab de informática, conversava sempre com ele, pois ele é muito comunicativo, mas quando ele chegava na secretária da escola a secretária Ana que conversava muito com ele, notava que ele fazia muitas perguntas e prestava atenção quando ela respondia e chamava ela de Callai e às vezes no laboratório de informática me chamava de Ana.Nunca havíamos explicado para ele que a Ana e eu(Eloisa Callai) são irmãs, tanto foi, que um dia ele reclamou, não estou entendendo nada.Eu estou aqui na informática tem a Callai com uma voz, quando vou na secretaria tem a Ana com mesma voz como é isso ? É uma pessoa só? São duas com a voz parecida?Expliquei que éramos irmãs, e realmente nossa voz é muito parecida.
E realizamos uma experiência com ele.Nós duas conversamos com ele ao mesmo tempo, ele ria e dizia como pode duas pessoas com a voz igual?


Contei aqui um exemplo de como um aluno com deficiência visual, deve ser orientado para entender as várias indicações ou pistas auditivas que aparecem no ambiente escolar.Ex:o som de uma torneira aberta, troca de sons de passos das pessoas nos corredores da escola.Assim qualquer som tem o potencial de se converter em um auxílio para a orientação.

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